Quando a discrição é fundamental para o videomaker/fotógrafo

Crédito: Pixabay
Cada videomaker ou fotógrafo tem seu jeito de trabalhar e de se relacionar com o cliente. Enquanto os vídeos ou fotos são avaliados só após a edição, é na fase de captação de imagens que quem está à prova é o profissional, por seu cuidado no relacionamento interpessoal.

E em algumas situações, a discrição pode ser fundamental para o sucesso do trabalho (não significa passividade). Vou lembrar de dois casos aqui da Volo Filmes & Fotografia.

Algumas semanas atrás, fizemos a cobertura de um curso de dança do ventre (assista). Fiquei responsável pelas captações. Desde o primeiro momento, tive a consciência de que a presença de um homem num ambiente com quinze mulheres praticando dança do ventre exigia cuidado para não ser invasivo ou inconveniente.

Na semana seguinte, a cliente envia esta mensagem:
"Eu, inicialmente, estava receosa, era o único homem na nossa equipe. Mas você foi tão sensível e cuidadoso que ninguém se sentiu invadida, pelo contrário. (...) Todas ficaram muito à vontade e felizes com seu olhar atencioso".
Não fiz nada além de me manter discreto e atento aos momentos que pudessem dar boas imagens.

O segundo exemplo é do ano passado, ao gravarmos o vídeo institucional de um colégio. Precisávamos entrar em salas repletas de alunos, do maternal ao fundamental. Ao saber que seriam filmados, alguns paravam de prestar a atenção nos professores. E nosso objetivo era justamente captar imagens do aprendizado. A solução foi ficar em silêncio, no fundo da sala, até os alunos se acostumarem com nossa presença e perderem o interesse na gente. Só então ligamos as câmeras.

Como disse, cada profissional tem seu jeito. E é inevitável que um dia de gravações interfira, em alguma medida, na rotina de uma empresa. Há ambientes que exigem mais discrição, outros menos. O profissional da imagem não precisa ser invisível, mas cuidadoso.

Juliano Pfutzenreuter Nunes - Jornalista, videomaker e fotógrafo na Volo Filmes & Fotografia

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