Organizações que preservam sua memória fortalecem sua reputação

A memória de uma instituição é um ativo valioso no fortalecimento de sua reputação e de sua identidade. Toda trajetória empresarial tem seus desafios, superações e curiosidades. Ao contar essa história de uma forma envolvente e amparada numa pesquisa planejada, a organização valoriza sua marca junto ao público, ao mercado e aos próprios colaboradores. Isso se chama Memória Institucional.

Uma excelente forma de contar essa história é por meio de narrativas audiovisuais (como minidocumentários e séries de entrevistas). O vídeo dá humanidade ao tema. O olhar do entrevistado, seu tom de voz e sua linguagem corporal também dizem muito sobre o que ele sente, além do conteúdo de sua fala.

Imagine um empresário ou colaborador que se dedicou muito por uma organização ou um projeto. Quando as lembranças vêm durante a entrevista, a emoção fica visível. Isso toca o espectador. Nessa hora não vale texto decorado. É necessário uma entrevista conduzida com técnica, paciência e tempo suficiente para que o entrevistado fique à vontade. Algumas pessoas nunca deram entrevistas, e é preciso respeitar o tempo de cada um. Aqui na Volo, contamos com um jornalista e uma historiadora com a capacitação necessária para esse processo.

Pesquisa

Nem só de entrevistas se faz um projeto de Memória Institucional. É preciso pesquisar em documentos e materiais diversos nos acervos públicos ou privados, como fotografias, vídeos, matérias de jornais, objetos de afeto e tudo aquilo que possa compor a narrativa. As memórias das entrevistas e as informações coletadas nos acervos, antes dispersas, são organizadas numa narrativa audiovisual que gera uma empatia com o público, ao mesmo tempo que valoriza a trajetória da instituição. O vídeo pode ser complementado por materiais de outros formatos, como livros, catálogos e até exposições.

60 anos em 8 minutos

A Vila Fátima, uma casa de retiros histórica em Florianópolis, é um exemplo de instituição que soube preservar sua memória. Produzimos farto material em razão de seus 60 anos de história. Entrevistamos cerca de 20 pessoas e pesquisamos em diversos acervos, entre eles a Casa da Memória, Biblioteca Pública de SC e Arquivo Histórico da Cúria Arquidiocesana. Todo esse conteúdo resultou no minidocumentário de 8 minutos, que ainda foi desmembrado em vários trechos para postagens em separado nas redes sociais. O vídeo foi complementado por um livro de 48 páginas.



Memórias de grande valor histórico

A história também pode ser contada por série de entrevistas. Foi o caso da série de 19 vídeos que produzimos sobre a participação do curso de Design de Moda nos 30 anos do CEART, o Centro de Artes da UDESC. As entrevistas tiveram a participação de técnicos e professores, profissionais da moda de diferentes origens.


"São fragmentos de memórias que, do ponto de vista histórico, têm grande valor. Se cada entrevista mostra um aspecto específico, um olhar geral sobre os depoimentos propõe uma história rica, que pode ser contada de várias maneiras, com diferentes valorações e perspectivas. Essa é a importância dessas lembranças e de um projeto como este, que busca através da narrativa audiovisual contar como o curso fez parte destes 30 anos do Ceart", diz a professora Mara Rúbia Sant'Anna, que coordenou o projeto de ensino "CEART 30 anos - Moda e história: construção de site colaborativo".


Identidade

Uma instituição que valoriza suas memórias por meio de um produto de comunicação tem o benefício de se conectar não apenas com seu público, mas também consigo mesma. O simples exercício de pensar sobre a trajetória da empresa, a partir da entrevista, provoca uma reflexão rica e gratificante. No fim das contas, investir em projetos de Memória Institucional é, também, uma forma de a organização reafirmar (ou redescobrir) sua própria identidade.

Fernanda Ozório - Historiadora, videomaker e fotógrafa na Volo Filmes & Fotografia.

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